sábado, 9 de fevereiro de 2008

Markering de guerrilha para vencer a guerra por talentos na Geração Y (ou, como recrutar jovens que usam a internet)

Já falei zilhões de vezes aqui dos problemas de se contratar pessoas que as organizações estão enfrentando. Talento é, cada vez mais, uma coisa com muita demanda e pouca oferta. Por conta disto, segundo alguns recentes estudos, cada vez mais os jovens (com alguma qualificação) estão sendo “chatos” na hora de escolher um emprego, mudando a outrora popular manobra “tsunami de curriculum” para o envio mais seletivo do CV para empresas em que a pessoa está interessada. Nisso, o bom e velho classificado já têm faz tempo perdido espaço e as empresas há muito recorrem a estratagemas diversos para achar seus talentos, como empresas de head hunting e parceria com certos tipos de organizações de desenvolvimento de talento (universidades, organizações como a AIESEC, etc).

Mas como diabos então atrair a geração Y, mais ligada na tela do computador do que da TV e que lê jornais na internet?

Talvez seja simplesmente porque eu sou da geração Y que vejo as coisas de maneira mais “tech-savvy”, mas demorou para as empresas utilizarem a internet (eficientemente) para atrair jovens talentos.

Exemplo randômico:

Criar um site com uma espécie de “jogo da carreira”, uma espécie de teste on-line (tão em voga nesses anos 2000), onde o sujeito responde perguntas referentes a alguns dos seus dados estrategicamente escolhidos pela empresa, como por exemplo curso superior, tipo de experiência profissional e características pessoais. Com base nas suas respostas, o sujeito receberia o resultado de maneira divertida, como por exemplo descobrir que seu bacharelado em administração e curso de espanhol o levou a ser muambeiro no Paraguai. Tudo pela diversão, obviamente nada sério. Aí ao fim do teste, o sujeito receberia a indicação de mandar seu currículo para a empresa que fez o site para não acabar sua carreira desse jeito deplorável (obviamente colocando algo pro jovem talento conhecer melhor a empresa também), além de poder enviar o link para os amigos e até postar o seu resultado no próprio blog. Se o site fosse realmente divertido e simples, muita gente mandaria para seus conhecidos, postaria no blog e espalharia viralmente o conteúdo. A empresa poderia até criar uns videozinhos no Youtube pra promover o site do jogo da carreira.

Imagine o potencial, jovens mandando o CV pra sua empresa espontaneamente e repassando o link para seus contatos.

Esse é obviamente um exemplo meio tosco que pode ser melhorado pra caramba e onde haveria muito lixo dentre os dados recebidos, mas com certeza haveria algo útil - e, se mesmo assim não houver, pelo menos a sua organização interagiu e reforçou a marca com este público.

Outro exemplo de como usar a internet foi o que eu vi o Seth Godin fazendo em seu blog: estava oferecendo US$ 5.000,00 para quem indicasse uma pessoa com tais e tais características para uma startup de web 2.0.

Na verdade uma das táticas mais absurdamente boas que eu vi uma organização usando foi o Exército dos Estados Unidos, que criou um jogo desses de tiro que é uma simulação muito real de ambientes de guerra moderna, com armas, jargão militar e tudo e milhares de pessoas se enfrentam nele pela internet. O jogo pode ser baixado gratuitamente, além de fazer propaganda de "heróis de verdade" (histórias de membros do exército em situações em que fizeram algo heróico) e outras papagaiadas divulgando o quão legal é ser do exército da águia americana. Imagina se isso não ia deixar a garotada sedenta pra servir à pátria de verdade?

Em época de seca de talentos, criatividade é muito bem-vinda - até porque os jovens em geral esperam que as empresas valorizem a criatividade e não querem mais a monotonia de um emprego estilo "carimbador" (quer dizer, alguns, sempre tem quem sonhe em ser funcionário público, mas isso é mais uma características de países como o Brasil, onde estabilidade ainda é a bola da vez pra muita gente, por conta da situação sempre complicada).

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