quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Foco no problema ou no resultado?

Está chovendo, você precisa ir até o supermercado. Você amaldiçoa a chuva até parar de chover (sabe-se lá quantos dias depois) ou pega um guarda-chuva e vai até o supermercado? A analogia parece idiota, mas quando se trata de um problema no trabalho, boa parte das pessoas fica só amaldiçoando e maldizendo a chuva, sem nunca pensar que a solução está ali, bem perto, basta pegar um guarda-chuva.

Muitas pessoas quando se deparam com problemas, digamos assim, “insolúveis” (eu pelo menos não sei como fazer a chuva parar quando eu quero), falham em enxergar o caminho para a solução. No lugar disto, apenas ficam reclamando, sem nenhum efeito benéfico para a pessoa, o problema em si e, claro, os pobres coitados em volta que precisam ouvi-la resmungando. Geralmente estes problemas “insolúveis” são aqueles que ou já aconteceram ou são decisões que não vão poder ser mudadas. Exemplos:

- Você perdeu o vôo;
- Sua equipe recebeu um corte no orçamento;
- Um dos seus liderados falhou em entregar uma ação importante no prazo;
- Seu chefe marcou uma reunião crucial no fim de semana que você pretendia viajar.

Quando se deparar com situações que não podem ser mudadas por um motivo ou outro (muitas vezes porque já aconteceram e não há como alterar o passado), não se feche no problema. Reclamar, ficar bravo, triste ou decepcionado não vai adiantar de nada. Sei que é difícil muitas vezes controlar esses sentimentos, principalmente quando nossas expectativas são muito frustradas, mas não conheço um só caso em que ficar de mau-humor ajudou a situação a melhorar.

Como diz minha mãe, são dois trabalhos: embrabar e desembrabar.

Pelo contrário, geralmente quando estamos irritados é que não conseguimos fazer nada direito e aí as coisas começam a dar mais errado ainda. Esqueça o problema, “se não tem solução, já está solucionado”, parta logo para o próximo passo: o que eu posso fazer pra tornar essa situação um pouco melhor? Não é questão de tornar a situação ruim em agradável (por que muitas vezes não é possível, “puxa, terei de cancelar a viagem”), mas sim MENOS desagradável. Tente encarar uma situação ruim com bom humor e você vai começar a entender as vantagens de não se irritar por qualquer coisa.

Então, você já pensou se quando está chovendo você reclama do tempo ou pega logo o guarda-chuva?

Leia também: Se não posso fazer o que quero, então o que posso fazer?
Leia também: O poder do pensamento positivo (sem segredo algum)
Leia também: Diga para si mesmo “Eu cometo erros, sim”

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

SDL Sul, não foi “mais uma” conferência da AIESEC

ENTENDENDO AS CONFERÊNCIAS DA AIESEC (se você é um membro, pode pular essa parte e ir direto pra parte que fala do SDL Sul)

Conferências na AIESEC são sempre momentos de inspiração, aprendizado, conhecer e reencontrar pessoas que te inspiram e/ou que você inspira, trabalho intenso por vários dias (todo dia começa lá pelas 8h da manhã e termina lá pelas 21h, sem contar obviamente a festa depois disso) e muita diversão.

Além disso, na AIESEC, conferências tem um papel fundamental. Por quê? Isso acontece pela própria estrutura da AIESEC, que funciona assim:

- existe a AI (AIESEC International), que é, digamos assim, a instância máxima da organização, a “diretoria mundial”.

- Aí existem os MCs (Member Committees), que são as “diretorias nacionais”. Como a AIESEC está presente em cerca de 100 países e territórios, existem cerca de 100 diretorias nacionais.

- E finalmente existem os LCs (Local Committees), que são os comitês locais em cada cidade, subordinados a diretoria nacional.

Porém a coisa não funciona assim “de cima pra baixo”, ao contrário, a estrutura da AIESEC poderia ser simbolizada de cabeça pra baixo: os comitês locais são os caras que fazem a coisa acontecer, que entregam os resultados, aí a diretoria nacional oferece suporte para que esses comitês tenham boa performance e a diretoria mundial oferece suporte para as diretorias nacionais. Ou seja, todos os resultados acontecem em nível local. E aí entra o papel das conferências:

Imagine se cada um desses comitês locais estiver seguindo uma estratégia diferente, entregando produtos diferentes, enfim, fazendo coisas diferentes. Isso significaria que a AIESEC não teria uma boa performance, porque seria tudo meio randômico. Por isso as conferências são o grande momento de juntar “todo mundo” e passar a mensagem certa, alinhando conhecimentos, capacitando as pessoas para entregar os resultados.

Conferências internacionais, nacionais, regionais e locais são um dos modos que a AIESEC encontrou para se comunicar com 22 mil membros espalhados por mais de 100 países. Elas são um momento sempre especial, aliás, o primeiro contato que temos com a AIESEC quando viramos membro é em uma conferência local.

SOBRE O SDL SUL

Essa conferência foi especial. É a 7a conferência da AIESEC em que fui facilitador e posso dizer que essa provavelmente foi onde mais as pessoas pareciam motivadas por aprender durante toda ela. O time organizador da conferência (divididos em “logística” e “facilitadores”, respectivamente responsáveis por infra-estrutura e conteúdo) geralmente é quem precisa ser energético e motivador para inspirar os delegados, mas parece que desta vez aconteceu ao contrário - os delegados passaram sua energia a quem organizava, que a retransmitia de volta a eles e assim criamos um ciclo virtuoso.

Fiquei muito feliz porque fui avaliado muito bem como facilitador pelas pessoas que assistiram, de 1 a 5, sendo 1 o mais medonho e o 5 o mais fucking power, variei sempre entre o 4 e o 5. Fiquei ainda mais feliz porque a Lubi, uma das pessoas que me viu facilitar pela primeira vez e acompanhou todas as vezes praticamente em que fiz isso, me deixou um recado dizendo-me que evoluí mais ainda como facilitador. Aliás, todos os recados que recebi no final da conferência eram sobre isso. Muito legal. E parabéns para a Lubi, minha liderada desde 2006, pois acho que esta foi a primeira conferência fora do comitê local que ela facilitou e ela também foi muito bem avaliada, matou a pau!

Essa conferência foi diferente também porque era a primeira em que estava namorando. :) E foi tão bom revê-la!

Além disso, revi a sempre enérgica Laura (da Lituânia) e conheci pessoas muito legais, como o Tunak (indiano, outro que não acaba a pilha nunca).

O SDL Sul foi um grande ponto positivo, profissionalmente e pessoalmente. Agora é com os comitês locais a implementação de todas as coisas que vimos e debatemos lá.

Eu estava pensando em postar fotos, mas o Blogger está com algum problema e não está aceitando-as.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Ausência

Ficarei ausente até segunda. Estou indo no SDL (Seminário de Desenvolvimento de Liderança), que é uma conferência regional da AIESEC. Serei facilitador lá, o que significa que vou ajudar a galera aprender algumas coisas.

Esses momentos de conferência são sempre muito legais - cansativos, mas muito legais.

Até a volta.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Tornando-se superprodutivo

Quem nunca se pegou dizendo “depois eu faço isso” sem nenhum bom motivo, apenas para não fazer “agora”? Procrastinar é uma coisa comum entre nós, alguns mais, outros menos, mas todo mundo já deu um jeito de se convencer de fazer algo depois - mesmo que algumas vezes isso vá trazer mais problemas, como ter de fazer hora extra, fazer algo correndo, enfim. Porém existem técnicas para aumentar a produtividade e vencer esse espírito do “deixa pra depois”. Uma das técnicas mais famosas entre os taradinhos da hiperprodutividade é o GTD (de Getting Things Done ou “Fazendo as Coisas Acontecer” ou algo assim). Eu vou explicar brevemente o que é isso, ainda que não seja uma explicação lá muito precisa porque eu mesmo jamais li o livro fundador da “filosofia” GTD, apenas alguns pequenos artigos aqui e ali que me inspiraram para um método pessoal de produtividade que é parecido com GTD, mas não exatamente.

Idéia central por trás do GTD

GTD é um método que se baseia na idéia de que as pessoas tem problemas em fazer coisas - qualquer tipo de coisa. E desse problema com as coisas é que vem a ansiedade, preocupação, etc. Então, se nós nos livrássemos de alguma forma dessas “coisas” na nossa cabeça, seríamos mais felizes.

Como usar esse tal GTD

1. Todas as “coisas” precisam ser catalogadas. Isso significa ter uma lista de ações de tudo que você precisa fazer, desde “ligar para o cliente X para marcar uma reunião” até “comprar flores para o aniversário de namoro”. Tudo é colocado em listas separadas dependendo do contexto: e-mails que precisam só ser lidos vão para uma pasta, os e-mails que precisam ser respondidos vão pra outra, coisas pessoais vão em uma lista, coisas de um projeto vão em outra, bom, você entendeu, catalogar tudo.

2. Depois de catalogar tudo, começa a parte de processamento. Qualquer coisa que pode ser feita em menos de 2 minutos é feita imediatamente.

3. Todas as coisas descritas na lista de ações devem ser escritas o mais concretamente possível em ações de verdade, logo “marcar reunião” não é correto, mas sim “ligar para João e marcar reunião sobre GTD”. Isso se dá porque quanto mais aberto, mais chance de não fazermos, de ficarmos nos preocupando no “como fazer” ou de escrever algo que não é factível de ser feito.

Seguindo esses 3 pontos, o sistema em si não importa, se você quiser usar um dos inúmeros softwares de GTD que inventaram, se quiser fazer uma espécie de jogo com GTD, se quiser anotar num caderno ou no bloco de notas do computador, não importa.

O meu sistema

É bem baseado no GTD, é bem simples também:

1. Anoto tudo que preciso fazer em um documento do bloco de notas. Anoto assim [CONTEXTO] ação, por exemplo “[AIESEC] mandar e-mail marcando reunião de coach com o VP de Campinas”.

2. No início do dia organizo meu dia, deixando claro tudo que vou fazer hoje. Divido as coisas em “hoje”, “amanhã”, “essa semana”, “próxima semana” e “um dia desses” (para coisas que são só lembretes, mas que não são lá muito prioritárias pra mim).

3. Se eu não estiver perto do computador, anoto num caderninho e depois passo para o bloco de notas.

4. Começo pelas mais rápidas até as mais complexas.

5. Cada vez que “mato” uma ação, vou lá e apago do bloco de notas. É impressionante como isso dá uma sensação de alívio, você deveria experimentar.

6. Quando chego ao fim da lista de “hoje”, dou uma olhada se não devo adiantar nada, se não devo, vou fazer qualquer coisa divertida, como jogar no computador, ir ao parque, etc. É ótimo ter a mente livre de preocupações para aproveitar o ócio sem culpa.

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Leia mais: perfil de David Allen (criador do GTD) feito pela Wired

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