sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Discurso de Steve Jobs em uma formatura em Stanford (legendado em português)

Eu já olhei esse discurso umas 10 vezes - e não me canso dele. Toda vez que preciso parar, sentar e rever minha vida, eu procuro ouvir novamente esse discurso. Se você ainda não viu, pelo amor de deus, faça isso por você (tá até legendado em português para os não versados no esperanto bretão):



Pra mim esse é ainda é o melhor vídeo motivacional de todos os tempos. Se você conhece outro, por favor me indique ali nos comentários.

Mas em algum dia não muito distante vocês gradualmente vão se tornando o velho e serão descartados. Desculpem que seja tão dramático, mas é a verdade. O tempo de vida de vocês é limitado, portanto não o desperdicem vivendo a vida de outrem. Não se deixem prender por dogmas, que é viver com os resultados do pensar de outros. Não permitam que o ruído das opiniões alheiras afogue a voz interior de vocês, e, mais importante, tenham a coragem de seguir seu próprio coração e intuição. Eles de alguma maneira sabem no que vocês realmente querem se tornar. Tudo o mais é secundário.


Se você não pode ver vídeos no seu trabalho, baixe o áudio aqui e aqui o texto em português.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O poder do pensamento positivo (sem segredo algum)

Deixe-me lhe contar uma história da minha infância. Essa história é para ilustrar meu ponto, mas é 100% verdadeira:

quanto eu tinha lá meus 10 anos ou algo em torno disso, um grande fenômeno acontecia nas vizinhanças de toda cidade, locadoras de jogos que também funcionavam como fliperamas. Se você é um pouco mais velho ou ligeiramente mais novo, não sabe do que eu estou falando, então eis uma rápida explicação: essas locadoras de jogos funcionavam como nossas locadoras comuns de DVD, só que alugavam jogos para videogame (fitas, no caso). Porém, muitas não só alugavam os jogos, mas tinham videogames instalados para se alugar por hora, de modo que se você não tivesse o videogame, também podia curtir a coisa toda. Àquela época esse troço suplantou os fliperamos com diversas vantagens, mas a principal dela é que mesmo que você fosse muito ruim, só sairia dali quando acabasse seu tempo.

Eu tinha um desses videogames intermediários (algo como hoje é o PlayStation, o primeirão) e a locadora do meu bairro estava fazendo uma promoção que o vencedor levaria um videogame de última geração (algo como o PlayStation 3). Como minha família não tinha lá muitos recursos, depositei minha fé no concurso. A coisa toda era simples, a cada hora que você jogava na locadora, ganhava um cupom, botava na urna e concorria. Até aí ótimo. Falei da promoção para minha mãe e minha vó. Esta última, ligada numa dessas filosofias de vida orientais que diz que “pensamento cria”, me disse que se eu pensasse positivo, eu ganharia o videogame. Como é, se eu acreditar que vou ganhar eu vou ganhar?

Aquilo não me parecia tão ruim.

Acreditei que ganharia. Todo dia afirmava que iria ganhar. Estava no papo. O videogame seria meu, não restava dúvidas. Obviamente jogava minha uma horinha pra meter mais cupons e reforçar a corrente positiva. Eu estava tão confiante que ia ganhar, tinha tanta certeza, que no dia do sorteio levei uma mochila vazia nas costas para carregar o videogame numa boa. Papeis para o ar, o dono da loja pega um deles na mão. Ele lê o resultado.

Não ganhei.

Como? Eu tinha feito tudo certo, pensamento positivo e tudo.

Pois é, não ganhei.

Portanto, leitores do bombado “O Segredo”, livro que não li, mas sei que fala do poder “miraculoso” do pensamento positivo, cuidado quando acreditarem que pensamento positivo por si só pode resolver tudo. A mente é muito poderosa, mas um soco no queixo também o é.

Agora uma outra história, que fala como ser positivo pode ser a solução:

Estava eu na transição da diretoria da AIESEC Porto Alegre. Eu era o mais cru do bando que havia sido eleito para liderar a organização no ano de 2006 (aliás, o melhor ano da minha vida, ainda falarei sobre isso aqui), nunca tinha trabalhado de fato com gestão de talentos, mas estava lá, na cara e na coragem para ser o Vice-Presidente de Gestão de Talentos. A diretoria antiga nos propor fazer uma das partes da transição na praia - e lá fomos nós para o “belo” litoral gaúcho. Em um momento, precisamente no almoço, eles nos propuseram um joguinho, uma dinâmica boba, muito conhecida na AIESEC, que é assim:

uma pessoa escreve em etiquetas adesivas algum tipo de instrução, por exemplo “grite comigo”, “me peça opiniões”, “discorde de mim”, “me peça ajuda”, etc etc etc. Aí essas etiquetas são coladas nas testas da pessoa, sem que essas pessoas vejam o que está escrito em sua etiqueta. Aí todo mundo age com as outras pessoas de acordo com o que está escrito na testa dessa pessoa.

É bobo, eu sei, mas é divertido.

Então começamos a interação, notei que nunca ninguém me respondia, era como se eu não estivesse na sala. Demorou bem pouco para eu descobrir que na minha testa deveria estar escrito “me ignore”. Negativista e focado no problema que era então, apenas me calei e não interagi mais, pois sabia que não seria respondido. Quando me levantei para pegar mais comida, ao voltar ao meu lugar havia alguém sentado nele. Fui almoçar sozinho, meio entristecido pelo meu papel limitador.

Hoje, muito mais positivo e focado na solução, dou risada da minha patetice e da minha falha em enxergar uma oportunidade clara por só pensar que eu tinha um problema. Quem nunca pensou em ser invisível para aprontar por aí? Imagine o poder que eu tinha nas minhas mãos, eu seria ignorado fazendo QUALQUER coisa, ou seja, eu poderia passar a mão na bunda de alguém, tirar as calças, dançar, fazer cócegas - e eu nem precisaria me levantar para pegar comida, bastaria pegar no prato de alguém que estivesse do meu lado.

Qual a diferença entre as duas histórias? A primeira eu apenas pensei positivo e esperei que o sagrado deus do pensamento positivo me ouvisse, na outra (se eu tivesse feito algo) eu teria visto uma oportunidade positiva em uma situação em que a maioria acharia negativa e tomaria uma ação para aproveitar essa oportunidade.

Então, meus amigos leitores do “O Segredo” (e minha vó também), eis o meu desabafo:

- Pense positivo, mas acima de tudo aja positivo. Aproveitar as oportunidades que ninguém vê, esse é o segredo do pensamento positivo, não há nenhuma mística nisso.

Leia também: Desafio Happy Feliz Challenge

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Se não posso fazer o que quero, então o que posso fazer?

Quantas vezes você já presenciou uma situação ruim, seja no trabalho, na faculdade, na rua, mas pensou consigo mesmo “infelizmente não tenho o poder para melhorar isso, pena”? Muitas vezes sabemos até o que poderia ser feito, mas sabemos que não podemos influenciar. Por exemplo, você sabe que sua empresa está uma droga por motivos X, Y, Z, mas você não está na posição de liderança adequada para alterar isso.

E aí você passa reto pela situação ou simplesmente fica chateado por não poder fazer nada ou então só reclama mesmo.

Eu muitas vezes já fiz isso, sentindo-me bastante frustrado. A última vez que isso me aconteceu foi no NPM (National Presidents Meeting, uma conferência nacional só para os presidentes da AIESEC Brasil). Eu não sou presidente, nem diretor nacional, sou do time de suporte nacional, então meu papel nesta conferência estava um pouco irrelevante para os meus padrões. Eu só tinha uma sessão, que considerava meio fluffy - a última do último dia, quando ta todo mundo morto de cansado. E era uma sessão de reflexão, onde a maioria simplesmente boicota pra conversar. Eu olhava praquilo e pensava “essa conferência não precisa de mim, eu não estou fazendo nenhuma influência aqui, mas que droga”.

Frustração pura.

Então no segundo dia da conferência apareceram alguns ex-membros da AIESEC para compartilhar a experiência deles, para dar uma luz na cabeça dos nossos presidentes do que fazer quando sua gestão terminar no fim do ano. Eram 4 ex-membros: Márcio Jappe (foi Presidente da AIESEC Brasil, hoje trabalha com sustentabilidade no ABN), Guga (também ex-Presidente da AIESEC Brasil, trabalhou no ABN com sustentabilidade e hoje trabalha numa ONG que fiscaliza os bancos), Zoe (foi Presidente na Austrália e Diretora da AIESEC Internacional, trabalha também no ABN com diversidade) e uma outra que eu não lembro o nome porque estava beijando a Anna nesse momento. Fizemos rodas de discussão, falaríamos com duas daquelas pessoas.

Primeiro fui falar com a Zoe, porque eu também quero ir pra AIESEC Internacional. Papo vai, papo vem, alguém faz uma pergunta mais ou menos assim “como foi a experiência de sair da AIESEC Internacional, tendo um poder imenso, para ser trainee no ABN da Holanda?”

Daí ela falou de toda a dificuldade, que no ABN ela era só mais uma trainee e na AIESEC ela tava lá no topo, a opinião dela era ouvida por estar no topo e depois avaliada, já no ABN a opinião era primeiro avaliada pra ser então ouvida. E que era bem difícil isso, mas ela sempre pensava “ok, se eu não tenho poder para fazer o que eu quero, então o que eu POSSO fazer? O que está ao meu alcance para impactar positivamente essa organização, o meu setor, o meu time, o meu colega?”

Aquilo me tocou de certa maneira. Aquela mensagem parecia quase que dirigida pra mim, algo como: você não está contente nessa conferência porque não pode ter o impacto estratégico que tu quer? Então qual impacto tu PODE fazer nessas pessoas? Se concentre nisso e impacte, pare de reclamar.

No fim da conversa, mudamos de grupo e fui falar com o Márcio Jappe. Qual não foi a minha surpresa quando uma outra pessoa fez a mesma pergunta sobre ter poder como presidente e perder o poder sendo trainee e como ele lidou com aquilo. A resposta foi praticamente igual a da Zoe. Usou quase as mesmas palavras. Aquilo estava sendo dito pra mim, eu sabia que precisava ouvir aquilo - eu tinha uma escolha a fazer, ouvir ou deixar passar.

Fui pra casa pensando profundamente nesse troço e decidi que ia parar de reclamar e causar um impacto positivo que estivesse ao meu alcance naquelas pessoas. Lembrei-me do clima morto que estava rolando na conferência. Não sei, parecia todo mundo cansado, desanimado, sentado meio deitado nas cadeiras, sem dancinhas AIESECas, sem risadas, enfim, não parecia uma conferência da AIESEC com tua sua energia. Decidi que isso era algo que eu podia mudar para tornar aquela experiência melhor para todos nós.

Então procurei a diretoria e falei desse sentimento que tive, que a própria diretoria tava meio marcha lenta (passando isso para os delegados), todos concordaram que estavam pra baixo e fizemos uma espécie de acordo para demonstrar energia no dia seguinte. Tiro e queda, o clima da conferência mudou pra melhor, já tinha até roll call sendo dançado.

Não parei por aí, umas duas horas antes da minha sessão (que tava pronta antes da conversa com os ex-membros), chamei a Anna e o Conrado para me ajudarem a ter idéias de como fazer uma metodologia muito foda para, mesmo que as pessoas estivessem cansadas por ser a última sessão do último dia, fazer com que elas refletissem e isso ajudasse na escolha dos seus caminhos futuros. Me puxei muito para fazer algo totalmente diferente das sessões de reflexão que eu já havia feito. Funcionou muito. As pessoas gostaram, a maioria tava engajada na sessão e alguns até me pediram o powerpoint pra aplicar depois.

Bingo! O poder estava na minha mão o tempo todo, só não era o poder que eu queria inicialmente, mas todo mundo tem algum poder. A escolha está em usá-lo ou ficar só reclamando.

O que está ao seu alcance mudar?

domingo, 26 de agosto de 2007

Sobre o jovem líder e o Jovem Líder

Se você não me conhece, aí vai o serviço: meu nome é Sérgio, mas muita gente me chama de Jota, Henrique, Rick ou Schüler, alguns ainda me conhecem por Dark (de DarkSpark), e apenas uma pessoa me conhece por Sete Quedas e uma outra por Chíler. Sei que só dizer isso não basta para conhecer ninguém, mas é um bom começo.

Há algum tempo tenho um blog, chamado Textorama, em que geralmente escrevo meus contos ficcionais e dou opiniões aleatórias sobre TV, cinema, música, enfim. Porém há algum tempo sinto a necessidade de escrever sobre um outro tópico - desenvolvimento de liderança - e absolutamente aquele não me parecia ser o lugar. Então aqui estamos, um novo blog, o Jovem Líder.

Essa necessidade de escrever sobre desenvolvimento de liderança vem principalmente de uma intensa experiência que vivo desde 2005 na AIESEC, uma organização que serve como plataforma de desenvolvimento de liderança para jovens.

Entrei na AIESEC em 2005 de uma maneira 100% aleatória: queria viajar para a Suécia, uma amiga minha (que não conhecia a AIESEC) disse pra mim que esse pessoal fazia intercâmbio (o que fazemos, mas apenas como um dos mais poderosos "módulos" nessa experiência de desenvolvimento de liderança) e eu me inscrevi. Descobri que a AIESEC não era só sobre intercâmbio, mas sim sobre desenvolvimento de liderança. Aí uma coisa levou a outra e acabei sendo eleito para Vice-Presidente de Desenvolvimento de Pessoas da AIESEC Porto Alegre para o ano de 2006. Aí no fim de 2006, já no final do meu termo na diretoria de Porto Alegre, me candidatei para ser do time de suporte da AIESEC no Brasil, o cargo é uma sigla praticamente infinita: NSL BPDF (National Strategy Leader of the Brazilian People Development Framework). Aí no meio de 2007 meu cargo mudou pra algo mais interessante, sou o líder do BTMU (Brazilian Talent Management Unit). E no ano que vem pretendo ser diretor nacional de gestão de talentos - se for eleito.

E então este blog será o lugar onde eu vou compartilhar as alegrias e frustrações no eterno caminho do desenvolvimento de liderança, as experiências, as pessoas que me influenciam, minhas metas para o futuro, compartilhar alguns recursos, fazer reflexões, enfim, falar sobre tudo relacionado a experiência do o que, por que e como da liderança.

PS: continuarei escrevendo contos no outro blog.