terça-feira, 25 de setembro de 2007

Planejamento não é tudo (é no mínimo escrito a lápis)

Tinha um sujeito que queria ser desenhista. E ele tinha um bom talento para o desenho. Aí um amigo o chamou para uma faculdade que inicialmente esse sujeito achou que era de fotografia, ele achou estranho, mas acabou entrando. Então o sujeito descobriu que não era fotografia, era uma faculdade de cinema. Logo ele se apaixonou pelo troço. Ele nem imaginava que queria ser cineasta. O nome da figura era George Lucas.

Essa história exemplifica que às vezes o plano muda. Planejar é bom, mas há momentos que nem todo o planejamento do mundo vai te ajudar. Há acontecimentos que não podem ser previstos, oportunidades que aparecem do nada, novos caminhos que se apresentam atraentes e antes eram inimagináveis. Isso é principalmente verdadeiro quando falamos de uma coisa muito mais maleável que um projeto em uma companhia: a nossa vida.

Eu sou um bom exemplo de como essas coisas mudam. Eu já tive certeza que seria desenhista, analista de sistemas, webdesigner, publicitário (e dentro disso: diretor de arte, redator e depois dono de agência) e tomei bons passos para isso, só para descobrir uma coisa nova. Como eu mudei de idéia pela última vez, que era ser publicitário, então foi a coisa mais bizarra:

Eu fui a um bar com uma amiga minha, ela me apresentou uma prima sueca de uma amiga dela, eu me apaixonei pela sueca e pensei em largar tudo pra dar uma banda pelo velho continente. Acabei encontrando a AIESEC pra fazer intercâmbio pra lá, as inscrições estavam abertas, me inscrevi sem saber direito como funciona, fui selecionado, me apaixonei por gestão de pessoas trabalhando ali, deixei meu intercâmbio pra depois, comecei a namorar uma ucraniana e hoje o que eu quero é lidar com o desenvolvimento do potencial das pessoas, uma coisa que eu jamais fiz idéia antes de entrar na AIESEC e trabalhar com isso.

Não havia nenhum plano concreto para isso, apenas aconteceu. Entrar na AIESEC foi a mais pura sorte, uma jogada louca, um troço meio “ah, vamos ver”. Como diria o Steve Jobs, connecting the dots looking backward, eu não tinha como saber isso olhando para o futuro, nenhum planejamento poderia ter me dito a loucura e o impacto que uma atitude tão idiota como ir a um bar com uma amiga poderia ter na minha vida. Ir àquele bar me fez mudar de profissão, provavelmente mudar de país, apaixonar-me por uma mulher que eu jamais veria se não fizesse parte da AIESEC, enfim.

Por isso é bom algumas vezes não seguir só o planejamento, mas o coração. Tenha o planejamento pra não navegar a deriva, mas saiba aproveitar a oportunidade de um vento soprando em uma nova, promissora e desconhecida direção. Não podemos ter medo. Citando mais uma vez o meu vídeo preferido: guts, this approach has never failed me before.

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